segunda-feira, 12 de maio de 2014
Origem dos Tsunamis
Em 26 de dezembro do ano passado, ondas gigantes que chegaram a dez metros de altura, chamadas tsunamis, devastaram áreas costeiras no sul e sudeste da Ásia e mataram milhares de pessoas na Índia, Sri Lanka, Tailândia, Indonésia, Maldivas, Malásia, Mianmar e Bangladesh. As ondas chegaram também na Somália, Quênia, Seicheles, Maurício e Reunião, situados na África. Como a ciência explica essa catástrofe?As placas tectônicas Em 1915, o geólogo alemão Alfred Wegener (1880 - 1930) apresentou a hipótese de que no passado os continentes já estiveram todos unidos em um único supercontinente chamado Pangea (ou Pangéia). Wegener observou, por exemplo, que o perfil dos continentes da África e da América do Sul se "encaixava" e que muitas de suas formações geológicas eram idênticas. Hoje, o movimento dos continentes - chamado deriva continental - é explicado pela teoria da tectônica de placas (ou tectônica global): a crosta do planeta é formada por várias placas de rochas sólidas, como se fosse um imenso quebra-cabeça, que se deslocam sobre uma camada de rochas derretidas. O movimento é muito lento: 1 a 10 centímetros por ano. Os continentes e também o leito dos oceanos fazem parte dessas placas. Há doze placas maiores e várias menores. Todas são chamadas placas tectônicas. Quando duas placas continentais se chocam podem ocorrer erupções vulcânicas. O choque pode originar também cadeias de montanhas. Foi assim que surgiram as cadeias dos Andes, dos Alpes europeus e do Himalaia, por exemplo. Pode acontecer também que duas placas em movimento se encostem e fiquem presas umas às outras. Em determinado momento, a força acumulada entre elas vence a resistência e provoca um deslizamento rápido: uma placa escorrega ao longo da outra, liberando a energia acumulada e formando ondas sísmicas, que se espalham pelas rochas e provocam os terremotos ou sismos. Os movimentos da crosta sob os oceanos podem gerar sismos que deslocam enormes massas de água e provocar ondas gigantescas, as tsunamis, também conhecidas como maremotos. Tsunami, em japonês, significa "onda de porto". A altura dessas ondas aumenta à medida que elas se aproximam da costa (onde pode haver um porto). Elas chegam a ter mais de 30 metros de altura (isso equivale, mais ou menos, a um prédio de 10 andares). Elas podem atingir velocidades de até 800 quilômetros por hora, que diminui à medida que a onda se aproxima da costa. As regiões onde há mais chance de ocorrer terremotos e tsunamis ficam próximas às bordas das placas tectônicas, como algumas regiões do Pacífico e da Ásia.
O sismo de dezembro de 2004 teve origem ao noroeste da ilha de Sumatra, Indonésia, no oceano Índico, a dez quilômetros de profundidade. Para medir a intensidade dos terremotos, é usada a escala Richter, desenvolvida pelo norte-americano Charles Richter (1900-1985). A escala Richter varia de 0 a 9,5 ou mais pontos. O último nível da escala pode variar, pois depende do terremoto de maior intensidade ocorrido até o momento. Desde a criação da escala, o abalo de maior intensidade já registrado - ocorrido em 1960, no Chile - alcançou 9,5 pontos. O sismo de dezembro de 2004 alcançou 9 pontos na escala Richter. É o terremoto mais violento dos últimos 40 anos. Em 1992, tsunamis destruiram as habitações nas costas da Nicarágua e causaram milhares de mortes em Bali. Em 1998, as ondas gigantes atingiram a costa da Papua-Nova Guiné, causando a morte de mais de 2 mil pessoas. Tsunamis podem ser provocados também por erupções vulcânicas, como a do vulcão da ilha de Cracatoa, na Indonésia, em 1883, que matou mais de 30 mil pessoas. O Brasil, felizmente, encontra-se no interior da placa tectônica conhecida como placa sul-americana, longe das bordas de choque. Por isso os abalos sísmicos são pouco freqüentes aqui e é muito pouco provável que sejamos atingidos por tsunamis.
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